Tudo o que você precisa saber antes de contratar um bom seguro auto
- Matheus Bilhalva
- 19 de jul.
- 4 min de leitura
Atualizado: 11 de ago.
Uma tarefa que parece fácil, mas diante de tantas ofertas que existem no mercado e diversos corretores oferecendo produtos o tempo todo, a escolha de um bom seguro para o seu veículo pode ser uma tarefa cansativa. Por isso, preparei este material com dicas essenciais para lhe ajudar a escolher o seguro ideal para o seu veículo.

Antes de começar a cotar diretamente na internet, procure por corretores na sua região. Converse com amigos que já são atendidos por corretores — eles podem relatar experiências em casos de acionamento, renovação e controle de parcelas. Pode parecer bobagem, mas um corretor que cobra uma parcela em atraso está preocupado em manter sua cobertura ativa. Caso você não consiga nenhuma indicação, pesquise na internet em sites como o Google Maps, onde é possível ler avaliações de outros clientes atendidos, ou até mesmo no Reclame Aqui. A escolha de um bom corretor irá lhe trazer tranquilidade no momento em que você mais precisar. Ah! E verifique se o corretor está registrado na SUSEP.
Agora vamos entender as coberturas:
Cobertura básica
Parece simples para quem já entende, mas para quem está contratando um seguro pela primeira vez pode parecer um bicho de sete cabeças. Mesmo os mais experientes devem ter cuidado. Caso você esteja escolhendo sozinho essa cobertura, pode ter surpresas na hora do sinistro.
Na maioria dos casos, essa cobertura vem com uma franquia. Ou seja, em caso de perda parcial, a partir deste valor a seguradora assume os prejuízos em caso de colisão. Algumas seguradoras oferecem pacotes sem cobertura de dano parcial — nesse caso, o segurado terá proteção apenas em caso de perda total, geralmente caracterizada quando o valor de reparo ultrapassa 75% do valor da tabela FIPE do veículo sinistrado.
Resumindo: perda total não tem pagamento de franquia. Verifique se o seu seguro cobre danos parciais — nesses casos, haverá aplicação de franquia.
Danos a terceiros
Em um acidente, o prejuízo dificilmente será apenas com o seu veículo. E, caso você seja o responsável, terá que arcar com os custos de reparação do veículo atingido. Essa cobertura é chamada de Responsabilidade Civil Facultativa (RCF) para danos materiais, corporais, morais e estéticos — cada uma com cobertura específica.
Escolher um bom valor é muito importante, especialmente se você circula em regiões com veículos de alto valor agregado. As peças de reposição para veículos importados são muito caras, e não é difícil que um terceiro envolvido em colisão sofra perda total. Dependendo do seu perfil financeiro, não contrate menos de R$ 150.000,00 — esse é o valor médio dos veículos que circulam atualmente.
Guincho
Na apólice, essa cobertura pode aparecer como guincho ou assistência 24h. Mas ela vai muito além do próprio reboque. Dependendo do pacote, você pode ter direito à troca de pneus, recarga de bateria, continuação da viagem em caso de colisão e até regresso ao domicílio.
Escolha conforme o seu perfil. Se você viaja longas distâncias, não economize nessa cobertura. O limite contratado determina até onde o guincho pode levar seu veículo. Exemplo: se você estiver a 1.000 km da sua residência e o seu limite for de 500 km, terá que pagar a diferença se quiser que o carro seja levado até sua casa.

Cuide também com o limite de utilizações oferecido pelas seguradoras. Alguns pacotes básicos oferecem apenas uma utilização por vigência. Se você usou uma vez, não poderá acionar novamente. Questione o seu corretor e opte por pacotes mais completos para evitar surpresas.
Carro Reserva
Se você possui apenas um veículo e não tem alternativa de locomoção em caso de sinistro, contrate no mínimo 15 dias de carro reserva. Mesmo em processos rápidos, dificilmente o veículo estará disponível antes desse prazo. Uma dica: contrate logo 30 dias, pois esse limite é global da apólice — se você usar 7 dias em um evento, restarão apenas 23 dias para o restante da vigência.
Vidros
A cobertura de vidros protege componentes como para-brisa, vidros laterais e retrovisores. Alguns pacotes incluem lanternas, faróis de LED, de milha e até teto solar. Neste caso, o uso da cobertura exige o pagamento de uma microfranquia — um valor mínimo para reposição do item danificado.
Se o seu veículo possui teto solar, vidros blindados ou plotagem, verifique se estão incluídos na cobertura. Esses itens devem estar especificados na apólice para que a seguradora reconheça a cobertura no momento do sinistro.
Pequenos Reparos
Essa cobertura é ideal para motoristas mais caprichosos. Inclui serviços como martelinho de ouro, pequenas pinturas e, em alguns casos, substituição do para-choque com uma franquia reduzida. A única limitação é que essa cobertura não se aplica a reparos com funilaria tradicional (que exige massa e repintura extensa). Mesmo assim, é uma cobertura que vale muito a pena incluir no seu seguro.
Rodas
Essa cobertura protege o seu veículo em casos de impacto com buracos ou ruas mal conservadas. Oferece assistência para pneus, rodas e, em alguns planos, até reparos na suspensão. Se você costuma trafegar em vias com pavimento ruim, faz muito sentido incluir essa cobertura.

Despesas Extraordinárias
Essa cobertura é um verdadeiro coringa e poucos corretores explicam corretamente como funciona. Ela pode ser usada em casos de indenização integral (perda total ou roubo) para cobrir despesas diversas — como reposição de bens pessoais deixados no carro, deslocamentos ou custos com documentos. Em muitos casos, não há necessidade de comprovar os gastos.
Agora calma!
Antes de fechar o seguro após ler todas essas dicas, não esqueça de conferir:
O valor da franquia parcial do seu seguro;
A reputação da seguradora escolhida.
Lembre-se daquele ditado: não existe almoço grátis. Se a oferta parece boa demais, pode haver alguma limitação oculta. O barato, muitas vezes, sai caro.


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